- Raoni Cusma
O sutil como diferencial competitivo
Atualizado: 28 de Jul de 2020
Em tempos de polarização, quem estimula a humanização é rei!

Isso pode parecer romântico até certo ponto porém, para ser relevante em tempos de grande complexidade ética e cultural, não se faz mais possível desassociar a humanização vivenciada em cada ponto de interação entre marca e consumidor.
Marca por marca qualquer um cria, no entanto durante processo criativo, estamos
estimulando o que temos de mais humano para entregar a inovação?
Inovação é valor percebido, e esta percepção nada mais é do que nossos 5 sentidos (visão, olfato, paladar, audição e tato) sendo estimulados, algo puramente humano.
Tendo em vista esse fato, você consegue sentir, analisar e compreender o que estimular em seu público?
Antes de mais nada é vital saber que não conhecemos tão bem nosso público quanto acreditamos pois, não percebemos a vida para além da nossos próprios sentidos. Por isso a empatia deveria ser o principal pilar de nossa criação, para que ela não se baseia em mera e rasa suposição.
Esta é uma reflexão importante, pois a inovação é um rascunho comercial das relações humanas. Por isso se faz lógico paramos de discutir fome em mesa farta e ir buscar conexões com almas reais para aprofundar a necessária sensibilidade sobre os desejos e necessidades que vem de sujeitos orgânicos, subjetivos e diferentes de nós.
Sendo assim, saber contemplar e respeitar a possível sabedoria de cada pessoa e estar vulnerável a sua realidade é sair do senso comum, da hipocrisia corporativa e acadêmica, do achismo excessivo e estatístico sobre desejos e realidades de peles que não são as nossas.
Se levarmos esta reflexão para o dia a dia de quem trabalha com inovação e experiência de consumo, esta reflexão nos possibilita entender uma dualidade crítica: O momento decisivo da compra é uma análise sutil entre possibilidade de solucionar uma necessidade real a partir de uma dor opcional (pagar).
Logo, para ter uma marca relevante em ambientes competitivos e multiculturais devemos encantar, fomentar o espaço de fala e gerar empatia com promessas e entregas que façam real sentido.
Por tanto a simplicidade e o sutil precisam ser foco, e não temas a margem do mercado.
Por fim, você sabe como desenvolver diferencial competitivo e gerar valor para que mais importa em tempos de economia da atenção?
Tenha certeza que sua resposta está na sensibilidade e no respeito ao que é frágil e inteligente. Afinal em períodos de polaridade o maior diferencial que podemos ter e a maior inovação que podemos propor, é saber perceber universos que não são os nossos.
Artigo veiculado na Revista Atualidade Cosmética (Edição 170), e escrito por: Raoni Cusma
Especialista em Design de Conceito, consultor, palestrante e professor universitário, graduado em Gestão Pública (FGV); pós graduado em Design Estratégico (IED) e em Psicologia Analítica (IJEP).